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06/06/22

ARTIGO: 6 de Junho – dia do Profissional de Logística

Data escolhida por razão de um dos maiores eventos logísticos que o mundo já viu, o desembarque das tropas aliadas na Normandia na França. Em toda história da humanidade esse evento foi um dos que mais mobilizaram homens , equipamentos e veículos, seja carros de combate, navios ou aviões , tudo em um curto espaço de tempo. Um feito logístico realmente extraordinário!! Acredito que não haveria data melhor para caracterizar o espírito guerreiro e hábil do profissional da logística.

A figura acima intrigante elegida para ilustrar esse texto foi colocada propositalmente. Quem trabalha na área da logística tenho certeza que já se identifica com ela logo quando a vê e vamos discorrer o porquê.

Inúmeras vezes o profissional de logística se depara com dilemas entre melhorar os seus serviços, mas sem que com isso aumente os custos. O famoso jargão popular: “ Fazer mais, com menos “. Como demonstra a figura.

Para isso cada vez mais as decisões desses profissionais devem ser precisas com objetivo de atender as exigências do mercado em ambos aspectos: melhorar a qualidade, porém sem aumentar os custos.

Não bastando isso, há ainda uma série de peculiaridades da atividade que tornam ainda mais difíceis as tomadas de decisões. As famosas variáveis logísticas.

A proposta desse artigo é focar em apenas um braço da logística. O transporte de cargas. E acredite, as variáveis já serão inúmeras. Vamos a algumas delas..

Começamos pelo insumos:

*O diesel é a principal matéria prima do transporte. Fator primeiro no radar de todo transportador.

O insumo onde há o monopólio na extração e oligopólio no refinamento e distribuição . Logo, com o número restrito de fornecedores, difícil negociar preços e prazos de pagamentos. Além de requerer máxima e permanente atenção na sua volatilidade. Portanto esse profissional precisa diariamente estar atento na negociação com esses fornecedores e ao mesmo tempo no adequado repasse desse custo ao mercado. “Um olho no peixe e outro no gato”.

*A paixão do transportador, o caminhão. Diferente de uma máquina instalada dentro de um parque fabril, no transporte a máquina e sua produtividade está à mercê de fatores externos como trânsito, acidentes, roubos, clima.. etc.. Logo diferentemente do que acontece na indústria, o ganho de escala não significa necessariamente diminuição do custo unitário. Portanto a dificuldade de dimensionar e gerenciar essa produtividade é bastante difícil. Até mesmo as seguradoras tem dificuldade de valorar essas variáveis e seus riscos. Muitas inclusive não fazem o seguro ou ainda cobram muito caro pelo mesmo.

*Já que estamos falando dele, vamos então ao seguro. Se já não bastasse o risco da atividade em si, acidentes e roubos, temos o famigerado seguro do embarcador e as famosas cartas DDR. Onde a seguradoras dos embarcadores estabelecem regras muitas vezes leoninas difíceis de serem cumpridas pelo transportador. Risco que muitos transportadores assumem sem ter conhecimento ao certo de todas as cláusulas e ameaças envolvidas.

*Outro fator muito importante no custo do transportador é a mão de obra. A atividade de transporte possui por característica utilizar mão de obra INTENSIVA. Ainda é um desafio para a automação realizar soluções relacionadas ao transporte de cargas. Muitos são os cargos dentro do segmento de transporte que ainda são um desafio para a robótica ou automação como: motoristas, ajudantes de carga e descarga, operadores de empilhadeiras, arrumadores de carga, mecânicos.. etc..

*Encargos. Lembrando que quando utilizamos muita mão de obra carregamos outra carga de fatores que vem junto com ela, que são os encargos e questões trabalhistas.

As horas extras, por exemplo, são fatores muitas vezes insolúveis em determinados nichos no transporte de cargas, quando se leva em consideração fatores externos como por exemplo trânsito, longas distâncias, inexistência de pontos parada, problemas tempo de espera na carga e descarrega em embarcadores.. etc.. Diferentes do que ocorre em outros segmentos, todas essas dificuldades são únicas no transporte por isso requer muita atenção do profissional de logística.

*Outra questão de extrema atenção é fluxo financeiro, o caixa. Além dos prazos exíguos de pagamentos de diesel e mão de obra descritos acima, muitos outros serviços inerentes ao transporte , como por exemplo carreteiros, pedágios entre outros.. são pagos antecipadamente ou logos após a realização dos serviços. Se a expressão popular diz que o caixa é rei, no transporte de cargas ele nunca perderá a majestade.

Em suma, poderíamos elencar outras mais peculiaridades que envolvem o transporte de cargas e, com as margens cada vez mais apertadas, o controle de custos torna-se imprescindível para esse profissional. Porém os profissionais com mais experiência sabem também que o custo não é o único fator determinante da decisão. A eficiência e qualidade são e sempre serão também de suma importância ESTRATÉGICA para as empresas.

Afinal como disse Ballou, considerado o pai da logística empresarial: “ O transporte talvez seja a atividade mais importante do mundo.” Se não for, com certeza é fator estratégico para o desenvolvimento de todas elas.

Jácomo João Isotton Neto, vice-presidente do Setracajo

Autor: Setracajo




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