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Notícia06/01/22
Indústria é o segmento que mais deve crescer anualmente nesta década, aponto EPE
A nota técnica “Cenários Econômicos 2022-2031″, publicada pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE), aponta que o setor industrial deve apresentar o maior crescimento na próxima década, avançando em média 3,1% ao ano. O levantamento foi produzido pelo órgão com o objetivo de subsidiar as estratégias para o planejamento energético nacional, a médio e longo prazos.
Segundo o estudo, entre os principais setores produtivos do país, a expectativa é de que os serviços tenham o segundo maior avanço, com uma expansão média de 3% ao ano, entre 2022 e 2031. Em seguida, vem o setor agropecuário, com previsão de aumento médio de 2,8% ao ano.
O documento explica que, em termos setoriais, a indústria deve liderar o processo de recuperação, com crescimento mais elevado que os demais, impulsionada pela indústria de transformação e pela indústria extrativa, esta última beneficiada pela melhoria da economia mundial. “Apesar do bom desempenho, o setor apresentou uma desaceleração no início do segundo semestre de 2021 em função de problemas relacionados ao aumento dos custos e falta de disponibilidade de insumos produtivos, o que vem colocando restrições à atividade industrial no país e no mundo”, afirma a nota técnica.
O professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e ex-presidente da EPE Mauricio Tolmasquin explica que a previsão do cenário econômico a longo prazo é essencial para embasar as decisões do setor energético no país.
“A EPE faz estes estudos pois não existem cenários econômicos neste horizonte para o Brasil. Geralmente, as instituições que trabalham com a economia usam cenários com horizonte bem mais curto. Assim, a EPE tem de cobrir esta lacuna, fazendo projeções não apenas da taxa de crescimento econômico, mas também de quanto cada um dos setores da economia (indústria, serviços e agricultura) vai crescer”, explica.
O professor completa que também são feitas, igualmente, projeções de como vai crescer o setor de transportes. Dependendo de que modal vai predominar, as perspectivas da demanda de energia serão diferentes.
De acordo com a EPE, até 2026, a indústria será responsável por 32,6% do consumo final de energia no país, seguida pelo setor de transporte, com 29,6%. Em terceiro, vem o próprio setor energético, com 11,8%, e apenas na quarta colocação, as residências, que serão responsáveis por uma fatia de 9,7%.
A pesquisa prevê também um crescimento médio de 2,9% ao ano do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, entre 2021 e 2031. Segundo a EPE, nesse mesmo período, o PIB per capta, produto interno dividido pela quantidade de habitantes, deve crescer em média 2,3%. De acordo com o órgão, os cálculos levam em consideração as projeções de recuperação econômica e de crescimento demográfico no país.
Em um cenário traçado pelo órgão, a expectativa é de que, entre 2021 e 2026, os setores da agropecuária e da indústria cresçam, respectivamente, 2,9% e 3,1% ao ano, ambos acima da previsão de crescimento do PIB, em 2,8%, para o mesmo período. Já para o segundo quinquênio, de 2026 a 2031, a previsão é de que a indústria e o setor de serviços superem o crescimento médio de 3% do PIB, cada um respectivamente com 3,2% e 3,1% de evolução ao ano.
Fonte: Portal NTC