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27/08/20

Inquérito Epidemiológico de Joinville comprova importância de medidas restritivas

Os resultados da primeira fase do Inquérito Epidemiológico COVID-19 realizado em Joinville, iniciado em 15 de junho, foram apresentados pelo médico Henrique Diegoli, coordenador da pesquisa, e o secretário da Saúde, Jean Rodrigues da Silva.

Foram realizadas 6.901 entrevistas, 5.824 agendamentos e 4.411 testes, envolvendo todos os bairros da cidade. O desenho do estudo se baseou numa amostra representativa da população a cada semana, fazendo testes rápidos para detecção de anticorpos para COVID-19, nas 12 UBSFs e no Centro de Triagem. Para os agendamentos, foram envolvidos mais de 100 voluntários e estagiários de diversas universidades da região.

A observação da dinâmica da transmissão da doença em Joinville fez com que fossem tomadas medidas para evitar impactos maiores. Os Decretos 38.520, 38.777, 38.867, além do Decreto Estadual 724 e da Portaria 145, definiram a necessidade do isolamento domiciliar, circulação de pessoas, limitação de público em estabelecimentos, horários de funcionamento, entre outras restrições.

“A Estabilização aconteceu porque houve uma mudança no comportamento das pessoas. Sem as medidas, estaríamos no pico da doença agora,” alertou o coordenador da pesquisa. Para o secretário Jean, a ferramenta forneceu dados locais para tomada de decisões.

“Tínhamos um cenário bem preocupante, no final de julho, e conseguimos conter. Sem agirmos, teríamos muito mais óbitos, e sem a possibilidade de leitos”.

Utilizando as premissas do modelo epidemiológico tipo SIR, validado mundialmente, os gráficos do Inquérito revelaram que se fossem mantidas as condições de julho, e aquela velocidade de transmissão, haveria cerca de 1.200 óbitos até o final do ano, em Joinville. Enquanto isso, a curva do que está acontecendo é bem menor, com 237 óbitos até 26 de agosto.

“Observamos uma correlação bastante grande entre as medidas tomadas com o achatamento da curva, no início de agosto. Este número de óbitos de 1.200 foi o que tivemos em diversas cidades do mundo. Aqui em Joinville, não deixamos chegar a uma situação tão grave”, lembrou o médico Diegoli.

As testagens chegaram bem próximo das metas determinadas. Os gráficos apresentaram a evolução dos casos a cada semana. Na primeira semana, em junho, apenas 1.4% da população havia sido exposta ao vírus. Isso se manteve baixo até a quarta semana, 2.62%, começando a aumentar a partir da quinta semana. Na primeira semana de agosto chegou a 13.38%, um aumento bastante expressivo, a partir da quinta semana de testagem, ainda assim menor, com as restrições feitas.

Durante o período do inquérito, foram monitorados também os comportamentos das pessoas: se estavam encontrando alguém fora do convívio do lar, saindo para trabalhar ou estudar, frequentando bares, restaurantes ou comércio, além do essencial, e saindo de casa sem máscara. Ocorreu uma redução significativa de pessoas saindo para fazer atividades, a partir da quarta semana, e foi observado poucas pessoas saindo sem máscara.

Um dado que chamou atenção é que entre as muitas pessoas que tiveram sintomas e tinham trabalho, é que elas não pararam de trabalhar, sendo que apenas 23% parou de ir ao trabalho. “Tivemos este dado preocupante, de pessoas positivas que continuaram trabalhando, transmitindo”, disse o secretário Jean. Atualmente, está em vigor decreto que impõe multa por descumprimento do isolamento social.

 

Padrão de Sintomas

Para os que testaram positivo para COVID-19, 215 ao longo do inquérito, apenas 30% conseguiu relacionar a ter tido contato com pessoa com COVID-19 positivo, e 70% não soube responder de onde foi a transmissão.

“Isso mostra que a doença pode se espalhar com esta dificuldade de se fazer o controle caso a caso”, explicou o coordenador do inquérito.

Em Joinville, assim como em outros estudos também mostram, a perda do olfato é o sintoma mais sugestivo de COVID, ou perda do paladar. O padrão dos sintomas entre os moradores que testaram positivo foi: 60% com febre, sensação de febre, tosse, coriza, perda do olfato e do paladar. Outros sintomas foram 14%; e 26% ficaram assintomáticos. Foi registrado que 18% procurou atendimento médico.

Segunda fase com testes para assintomáticos

Concluída a primeira fase do inquérito epidemiológico, será iniciada uma segunda fase. Passarão a ser feitos testes rápidos em pacientes assintomáticos, por demanda espontânea e por agendamento por meio do site da prefeitura.

“Estes testes são para continuarmos medindo a curva”, explicou o secretário da Saúde, Jean Rodrigues da Silva. A meta é de aplicar de 100 mil a 200 mil testes até dezembro, especificamente em assintomáticos. Quem tem sintoma fará outro teste, o RTPCR.

“Importante salientar que só conseguimos avançar no monitoramento da pandemia, graças a essa medição em tempo real. Porém, nada disso que a gente fez vai ser suficiente se as pessoas ignorarem o processo de distanciamento daqui por diante”, pediu o secretário.

Segundo ele, em setembro, possivelmente serão feitos ajustes e flexibilizações, mas continuarão monitorando as medidas. “Em outubro, reativaremos serviços de saúde no município, retomando as cirurgias. Com menos leitos para COVID, poderemos atender outras patologias”, relatou.

Autor: Setracajo




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