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Notícia13/03/18
Mudanças nos financiamentos do BNDES
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) anunciou mudanças nas políticas operacionais que são base para os financiamentos da instituição. Entre as mudanças está a redução dos spreads (que é a taxa pela qual o banco se remunera) em setores definidos como estratégicos, como segurança pública, inovação, meio ambiente, saneamento, tratamento de resíduos sólidos e qualificação profissional. Nesses casos, as taxas cairão de 1,7% ao ano (a.a.) para 0,9%. Em média, o spread caiu de 1,7% para 1,3%.
A alteração dá prosseguimento às medidas que passaram a valer em janeiro deste ano e que fixaram a Taxa de Longo Prazo (TLP) aplicada nos financiamentos do banco em 6,76% a.a.. O valor ficou próximo ao da Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP), fixada em 6,75% ao ano para o primeiro trimestre de 2018 pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). As medidas foram apresentadas pelo presidente do BNDES, Paulo Rabello de Castro, em entrevista no escritório paulista do banco.
Antes da mudança, todas as linhas diretas de financiamento do BNDES – Financiamentos a Empreendimentos (Finem) – tinham spread de 1,7%. “É correto que tenham todos um spread único? Isso não fazia sentido e essa é a novidade. Vamos atribuir menor ou maior prioridade conforme tabela que fatalmente é crescente em termos de spreads. Antes, o banco não diferenciava”, explicou Paulo Rabello de Castro. Das quatro linhas que formam o Finem, apenas a Padrão B, que inclui, por exemplo, o desenvolvimento territorial dos estados, Distrito Federal e municípios, aumentou de 1,7% para 2,1%.
Rabello estimou que, cerca de 85% das atividades do banco, terão o spread mantido ou terão taxas menores. Ele avalia que essas mudanças podem impactar no ambiente financeiro. “Vai influenciar. O fato de nós estarmos tomando a dianteira, dentro do sistema bancário, de fazer esse movimento, para nós é uma questão de obrigação, mas não deixa também de ser uma satisfação, não ser o último da fila. O banco reconhece que dispõe de recursos suficientes para, sem prejuízo da sua rentabilidade, fazer esse movimento em favor do cliente”, explicou.
Outra mudança anunciada foi o alongamento dos prazos, tanto de carência quanto de amortização, dos financiamentos de projetos de infraestrutura. Com isso, investimentos em ferrovias, rodovias, hidrovias e mobilidade urbana poderão ter prazo de até 34 anos. Antes, o máximo era 20 anos. Projetos de energias alternativas, portos, aeroportos, exportação e desenvolvimento regional podem chegar a 24 anos. Financiamentos a educação, saúde, segurança e telecomunicações têm prazo de até 20 anos. Para giro, o máximo agora é cinco anos.