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Notícia24/07/24
Na feira Logistique, Fetrancesc fala dos problemas de infraestrutura rodoviária em Santa Catarina
Pela primeira vez em Balneário Camboriú, a Logistique 2024 se consolida como evento nacional em sua 5ª edição. A abertura oficial aconteceu nesta terça-feira, 23, no Expocentro, em Balneário Camboriú. Pela manhã, a Fetrancesc participou do painel “Inovação e Infraestrutura: Pilares para o Crescimento Sustentável em Santa Catarina”.
Mediado por Beto Martins, secretário de Estado dos Portos, Aeroportos e Ferrovias de Santa Catarina, o painel debateu principalmente os desafios rodoviários do estado e enfatizou a necessidade urgente de investimentos nesse sentido. Conforme o secretário, é evidente o impacto que a logística tem no desenvolvimento do estado.
“Sociedade organizada e poder público devem juntos debater o assunto. Todas as entidades devem discutir de forma transparente os investimentos para Santa Catarina, não podemos nos pautar somente em um plano de Governo, deve existir um plano para o Estado. É nossa responsabilidade enxergar os gargalos e resolver o mais rápido possível, em conjunto” comenta ele.
Uma das principais críticas levantadas durante o painel foi sobre a capacidade rodoviária de Santa Catarina, que deixa a desejar em comparação com outros estados. Quem ressaltou a falta de investimentos na malha rodoviária do estado foi Dagnor Schneider, presidente Federação dos Transportes Rodoviários de Carga do Estado de SC (Fetrancesc). Conforme ele relembra, o estado possui apenas 6,6% de suas vias pavimentadas – um dos menores índices do país.
“A falta de estrutura rodoviária implica em mais custos com transporte, mais acidentes e mais vidas que se perdem nas estradas. Santa Catarina merece estradas boas para ampliar a fluidez e a capacidade de produção no estado”, completa ele. O presidente ainda falou sobre a falta de planejamento estratégico quando o assunto é Infraestrutura Viária. “Não há desenvolvimento sem Infraestrutura. Nosso setor possui a quinta maior frota da Brasil em Santa Catarina. Um estado pequeno, mas com uma raiz forte no transporte rodoviário de cargas (TRC). Mas, aqui, para qualquer rodovia que você olha, você vê problema. Precisamos acelerar, precisamos olhar em direção ao futuro”, afirmou Dagnor Schneider.
A prorrogação da concessão da BR-101 foi um dos temas debatidos durante o encontro. Para Mario Cezar de Aguiar, presidente da Federação das Indústrias do Estado SC (FIESC), é necessário que se altere a forma de pagamento de pedágio para “free flow”, que ofereceria uma arrecadação maior – e mais justa, para quem utilizasse a BR – para investimentos mais assertivos na rodovia.
“Hoje o grande diferencial da indústria é exatamente a logística. Você pode ter equipe preparada, bons equipamentos, mas se não tiver uma logística adequada, terá um comprometimento da competitividade”, ressalta. “Santa Catarina é a 6ª economia do Brasil, tem a menor taxa de informalidade do país, referência nacional e mundial. O que pecamos é a falta de competitividade. Nós, da FIESC, medimos o índice de competitividade da indústria catarinense e perdemos só pra São Paulo, por um décimo. Se tivéssemos uma condição de infraestrutura mais adequada, Santa Catarina seria a indústria mais competitiva do país”, completa ele.
O painel ainda contou com a participação de Carlos Chiodini, vice-presidente da Câmara Temática Portuária e Hidroviária da FRENLOGI, e de Elson Otto, presidente da Federação das Associações Empresariais de SC (FACISC). Otto solicitou melhorias urgentes necessárias no estado, como a duplicação da BR-282 e mais celeridade nas obras de duplicação da BR-470, canais fundamentais de escoamento da produção catarinense.
Foto: Luiza Eberhard
Fonte: Fetrancesc