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Notícia17/10/24
Superprocessadores são tendência na digitalização da mobilidade
A digitalização dos veículos é destacada como o futuro da mobilidade. Cada vez mais, caminhões e ônibus são equipados com sistemas inteligentes de segurança, entretenimento e telemetria voltados para a performance da operação e o conforto de seus ocupantes. Em um futuro que se apresenta razoavelmente próximo, o transporte poderá se conectar com a infraestrutura das cidades e das estradas, permitindo uma melhor organização do tráfego, bem como pela troca e a coleta de dados relevantes entre empresas, consumidores e gestores dos sistemas de mobilidade.
Para comportar tantos sistemas com diferentes níveis de tecnologia, a indústria automotiva caminha na direção de superprocessadores altamente eficientes e que integrem todas essas ferramentas em um único lugar, considerando que, atualmente, cada dispositivo possui o seu próprio sistema completamente independente.
“O software ficou cada vez mais forte e presente nos caminhões. Muitas funções foram assumidas por softwares e os novos veículos possuem muitos sensores. Em julho, lançamos na Europa esse tipo de abordagem no Actros e no Atego. Na sequência, expandiremos para a linha Unimog e também para os ônibus Setra”, analisa Karin Rådströn, CEO Daimler Truck. Eu vejo um grande benefício na arquitetura. Lançamos muitos updates, incluindo novas funcionalidades no FleetBoard, que poderão ser adotadas para o Brasil num próximo momento”, revela a executiva.
Segundo Rådströn, há uma nova geração desse tipo de tecnologia em desenvolvimento. “Anunciamos, mas ainda não assinamos, com a Volvo a criação de um sistema operacional para caminhões. A questão é que o software passará para o centro do caminhão, o que significa que a inteligência ficará mais centralizada. Atualmente, toda essa inteligência está distribuída por muitos aplicativos, peças, componentes, sensores… A nova ideia é centralizar em um software todos esses dispositivos, o que facilitará a vida dos nossos fornecedores, que poderão nos entregar peças mais simples em relação aos produtos extremamente complexos que fornecem hoje em dia”, explica Rådströn.
De acordo com Jefferson Ferrarez, vice-presidente de Caminhões da Mercedes-Benz Brasil, faz todo o sentido trazer essa tecnologia para o Brasil. “Estamos constatando que, cada vez mais, os clientes estão demandando sistemas mais sofisticados que agreguem valor aos produtos e serviços para que tornem a sua operação e gestão de frota mais eficientes”, argumenta.
No momento, a eficiência da troca de dados entre os distintos dispositivos já está garantida, aferindo uma performance precisa de cada sistema ao veículo. Segundo o engenheiro de Desenvolvimento na Volkswagen Caminhões & Ônibus, Walter Pellizari, cada sistema tem o seu próprio módulo, por que se juntar tudo em um único lugar, seria necessária uma capacidade muito grande de processamento, o que encareceria muito o sistema.
“Então, o que temos são módulo remotos que se conversam por meio da rede, do painel digital ao sistema de freios. Portanto, pensando em agilidade, não precisa – em termos de agilidade e economia de processamento – ter tudo em um único lugar. Pelo o contrário, podemos manter estes dispositivos sempre se conversando. Estamos falando de dezenas de módulos dentro de um caminhão que atuam dentro de uma intranet do veículo. Basicamente, é isso. Mas, sim, se trata de uma tendência (a unificação). As linhas de códigos que temos em um caminhão são muito complexas. O veículo é uma fonte de informática e tecnologia”, contextualiza Pellizari.